Inflação é a mais alta para outubro desde 2002 e chega a 9,93% em 12 meses. |
Qui, 03 de Dezembro de 2015 15:56 |
Inflação é a mais alta para outubro desde 2002 e chega a 9,93% em 12 meses06/11/2015 11:22 A inflação em outubro ficou em 0,82%, o que representa aceleração em relação a setembro, quando havia sido de 0,54%. Em 2015, no acumulado de janeiro a outubro, a alta de preços chega a 8,52%%, valor mais alto para o período desde 1996 (8,7%). O indicador de outubro é o mais elevado para o mês desde 2002 (1,31%). No mesmo mês do ano passado, a alta dos preços havia sido de 0,42%. Em 12 meses, a inflação atingiu 9,93%, a maior desde novembro de 2003 (11,02%). O valor está acima do limite máximo da meta do governo; o objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%. Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram divulgados nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Combustíveis e alimentos puxaram inflaçãoO aumento nos preços dos combustíveis foi o principal responsável pela aceleração da inflação em outubro. Com peso de 4,89% no IPCA, eles ficaram 6,09% mais caros no mês. A alta é consequência de um reajuste de 6% no preço da gasolina e de 4% no do Diesel nas refinarias, estabelecido pela Petrobras no final de setembro. Em média, a gasolina ficou 5,05% mais cara nos postos, mas a alta chegou a 6,21% em São Paulo (SP) e a 6,12% em Curitiba (PR). O outro item que puxou a a elevação dos preços foi o de alimentação e bebidas (0,77%). A alimentação fora de casa teve alta de 0,93%, mais intensa do que os alimentos consumidos em casa (0,68%). Com isto, a inflação do grupo de alimentos e bebidas chega a 10,39% nos últimos doze meses. Preço do frango sobe quase 6%, e da cebola cai 33%De setembro para outubro, os preços de grande parte dos alimentos subiram. O frango foi o produto com maior alta, de 5,98%, seguido pelo açúcar (4,43%). Por outro lado, o preço da cebola, que já passou por sucessivas altas neste ano, foi o que mais caiu entre os alimentos. O produto ficou 32,64% mais barato. Outro destaque, a batata inglesa ficou 10,69% mais barata. Economistas esperam alta de quase 10% no anoDe acordo com a última edição do Boletim Focus, levantamento feito pelo Banco Central com instituições financeiras, é esperada inflação de 9,91% neste ano. Os economistas têm subido a projeção de inflação há sete semanas. Quando a inflação estoura o teto da meta do governo (6,5%), o presidente do Banco Central precisa redigir uma carta explicando os motivos. Inflação e jurosA inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos. A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços. Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação. Na última reunião, o BC manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%, interrompendo uma sequência de sete altas. Essa taxa de juros é a mais alta desde agosto de 2006, quando ela também estava em 14,25%. |